O uso do esmalte já era uma preocupação presente no cotidiano das rainhas egípcias.
Por Rainer Sousa
Ao falar sobre esmalte, muitas
pessoas logo se lembram do hábito que muitos têm em pintar ou reforçar
as unhas através dessa mistura química que pode ser incolor ou
multicolorida. As mulheres, em sua maioria, se perdem na infinidade de
cores (muitas delas com nomes incompreensíveis) que prometem um visual
mais elogioso ou mais antenado. Além disso, vários violonistas empregam o
material para que as unhas não quebrem durante uma apresentação.
Apesar de tantos usos na
contemporaneidade, o esmalte já integrava o cotidiano da realeza do
Antigo Egito. Por volta de 3500 a.C., as mulheres egípcias aplicavam uma
tintura de henna preta nas unhas. As cores mais vibrantes ficavam
relegadas ao uso da família real e chegavam a despertar algumas
preferências entre as rainhas do Egito. Cleópatra tinha uma clara
preferência pela tonalidade vermelho-escura. Já Nefertiti tinha mais
gosto pelo esmalte de tom rubi.
O mesmo poder de distinção social
observado no uso do esmalte entre os egípcios também era perceptível
entre os chineses. Em meados do século 3 a.C., o uso de tons vermelhos e
metálicos (feitos com soluções de prata) significavam a ocupação de um
lugar privilegiado na hierarquia social. Já entre os romanos, a pintura
dava lugar a tratamentos com materiais abrasivos que faziam o polimento
das unhas.
A tecnologia para o tratamento das
unhas ficou relativamente estagnado até o século XIX. Nessa época, os
cuidados se restringiam à obtenção de unhas curtas e que estivessem
moldadas por uma boa lima. Em alguns casos, as unhas eram ligeiramente
perfumadas com óleo e polidas com uma tira de couro. Numa época em que o
recato era uma importante virtude, a extravagância dos esmaltes não
seria nenhum pouco prestigiada.
Até essa época, uma das grandes
descobertas foi a invenção do palito até hoje utilizado para a remoção
das cutículas. No começo do século XX, os esmaltes começaram a recuperar
espaço com o uso de soluções coloridas que não permaneciam fixadas mais
do que algumas horas. Somente em 1925, durante estudos que desenvolviam
tinturas para carros, foram descobertas as primeiras soluções que se
assemelham com os esmaltes de hoje.
Na sua primeira versão, o
produto era de um tom rosa-claro e era aplicado no meio das unhas.
Chegando à década de 1930, já podemos notar que a “pintura” nos dedos do
pé e da mão fazia muito sucesso
entre as grandes estrelas do cinema hollywoodiano, como Rita Hayworth e
Jean Harlow. No ano de 1932, os irmãos Charles e Joseph Revlon
custearam a invenção de um novo tipo de esmalte, mais brilhante e com um
leque variado de tonalidades.
Nas décadas seguintes, vemos que a
tecnologia empregada foi se tornando cada vez mais complexa. As unhas
postiças parecem como uma boa alternativa de se chamar a atenção sem
gastar horas na manicure. Há poucos anos foram disponibilizadas máquinas
capazes de imprimir uma imagem digital nas unhas. Difícil é saber onde a
indústria da beleza pode chegar a fim de atiçar a vaidade feminina.
Bejooos